domingo, 28 de janeiro de 2007

Um jornalista nunca se pode esquecer que é um cidadão, com responsabilidades adicionais no exercício da sua profissão



Uma boa reflexão sobre Jornalismo. Sempre actual!


Liberdade e responsabilidade, por Rui Costa Pinto, da Revista "Visão"


Há referências profissionais que nunca se perdem, apesar de não falar com Joaquim Fidalgo há cerca de vinte anos.Após alguns anos de carreira, os nossos caminhos profissionais cruzaram-se, momentaneamente, acabando por não integrar a equipa que ele dirigia no diário Público.Passados todos estes anos, recordei esses momentos quando li a entrevista que concedeu ao Diário de Notícias, publicada na edição de domingo, 21, a propósito da defesa da sua tese de doutoramento: «O lugar da ética e da auto-regulação na identidade profissional dos jornalistas».No actual momento, a entrevista deveria merecer a atenção de todos os que participam, partilham e fazem o dia-a-dia da informação.Joaquim Fidalgo aponta o caminho do «princípio da autocrítica» e da «recuperação de uma relação entre o jornalismo e o leitor baseada na credibilidade e na confiança», em que não cabe o arbítrio, a prepotência e a irresponsabilidade, factores que fomentam todo o tipo de censura, tráfico de influência e jogos de poder.Para qualquer jornalista, que entenda a profissão como um pouco mais do que um salário e um cartão de crédito extra, a mensagem do ex-Provedor do Público não poderia ser mais oportuna.O jornalismo é o exercício de uma profissão de grande responsabilidade, que passa pelo dever de contar a verdade e de defender, até ao limite das suas regras éticas e deontológicas, as fontes de informação.A garantia de sigilo e de protecção das fontes são valores sagrados.Um jornalista nunca se pode esquecer que é um cidadão, com responsabilidades adicionais no exercício da sua profissão, que derivam, justamente, dos direitos que a Constituição da República e a Lei lhe conferem.A responsabilização pública dos jornalistas, que também têm de estar sempre disponíveis para prestar contas ao nível da sua entidade empregadora ou em sede das entidades de auto-regulação e de regulação, constitui o único caminho para sustentar a credibilidade da comunicação social.Como sublinha Joaquim Fidalgo, «para ser de confiança, a informação jornalística tem de me dar a certeza de que se move pelo interesse público e não particular».Merecedor de um estatuto legal especial, o jornalista nunca se pode transformar num mero gestor de informação.Nem que seja preciso pagar o preço de ter que recomeçar.


sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Pai é o que ama


Um destes dias, numa aula de História das ideias politicas, o Drº Manuel Monteiro questionava os alunos: “Se lhe dessem a escolher optaria por viver em liberdade ou segurança?” A minha resposta foi pela liberdade. Nasci com a Ditadura, a liberdade chegou-me aos 6 anos mas nunca mais esqueci o dia em que chegou e o que mudou na minha vida. Por isso, mantenho a resposta que dei ao professor: escolhia a liberdade.
Vem isto a propósito da atitude do homem de quem se fala: O Sargento Luís Gomes trocou a sua liberdade pela segurança de uma criança demonstando firmeza de carácter e ser um homem de valores. Por amor a uma criança sujeitou-se a perder o direito à liberdade. A nobreza de carácter deste ser humano é notável. Pai é o que ama, o que educa e o que dá o pão. Nunca o que fecunda.
Com que direito vem a Juiz Presidente dizer que “nem se sabe se a criança está viva”. Ora francamente!
E já agora, fica a crónica, lúcida, da Inês Pedrosa, publicada hoje no “Expresso”:
Não faz parte do interesse da menor saber que tem um pai biológico? Faz, e isso não foi permitido" – esta pergunta e esta resposta foram proferidas pela juíza Fernanda Ventura durante a última sessão do julgamento que, no passado dia 16, condenou o sargento do Exército Luís Matos Gomes a seis anos de prisão e a uma indemnização de 30 mil euros ao autor biológico da sua filha de quase 5 anos. Escrevo "autor biológico" porque um pai não é um legume: pai é aquele que cria, ama, protege, educa e sustenta uma criança. Ora quem exerceu essa função, desde os três meses de idade da menina em causa, foram o sargento Luís Matos Gomes e a sua mulher, Adelina Lagarto, que prescindiu da sua carreira profissional para se ocupar da criança a tempo inteiro. Se Luís Matos Gomes e a sua mulher não tivessem acolhido esta menina, o seu involuntário progenitor, que só se lembrou da paternidade quando a menina atingia os dois anos de idade, nunca mais teria sabido dela – a mãe biológica poderia tê-la levado para o Brasil e ter feito dela o que quisesse, incluindo abandoná-la num lugar qualquer ou metê-la num saco de plástico e lançá-la ao rio, como há precisamente um ano aconteceu a dois bebés, num intervalo de dias, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Quem saiba o que é criar um filho sabe que, de facto, e ao contrário do que a juíza Fernanda Ventura peremptoriamente afirmou, aos 5 anos de idade – ou aos 2, aos 3, aos 4... aos 10 – a criança não tem qualquer interesse em saber se o pai e a mãe que tem são ou não biológicos. Portugal tem aliás uma larga experiência de pais biológicos que não interessam a criança nenhuma – porque as maltratam e torturam, às vezes até à morte. Ainda há semanas foi a pequena Sara, espancada até à morte pela biológica progenitora. É evidente que uma criança adoptada tem o direito a saber que foi adoptada, mas só quando tiver maturidade para absorver essa informação – o que, como qualquer psicólogo ou psiquiatra confirmará, não acontece aos dois nem aos cinco anos de idade. Nestas idades, o interesse superior da menor é a estabilidade afectiva, como enfatizou Luís Villas-Boas, psicólogo e responsável pelo Refúgio Aboim Ascensão, na noite do dia 16, num debate na Sic Notícias. Será tão difícil colocarmo-nos na cabeça de uma criança de 5 anos e pensarmos como nos sentiríamos se, de repente, nos tirassem a mãe e o pai afectuosos que nos pertenciam para nos dizerem que a partir de agora o nosso pai era aquele outro senhor? Neste momento, de resto, a menina sofre já o afastamento forçado do pai, que está em prisão preventiva desde o passado dia 14 de Dezembro. O Natal dos seus quatro anos (completará os 5 a 12 de Fevereiro) passou-o privada do pai, e numa casa que não é a sua.
Mas não foi Luís Matos Gomes, que sacrifica a sua liberdade e a sua carreira para proteger a estabilidade emocional da filha que acarinha desde os três meses de idade (quando o nome do seu autor biológico constava nos registos como "pai incógnito"), quem reclamou dinheiro por perdas e danos, materiais ou morais. Foi Baltazar Nunes, o agora já não incógnito autor biológico, quem exigiu ao casal que amou e sustentou a menina durante estes quase cinco anos uma indemnização – e o Tribunal de Torres Novas deu provimento a esse pedido, condenando os pais adoptantes a indemnizarem Baltazar Nunes em trinta mil euros, com juros. Estes trinta dinheiros em troca de uma paternidade tardiamente – e à força – admitida, serão do superior interesse da criança? Baltazar Nunes, que chegou ao tribunal garboso, no seu porte de 1.83 m, louro e de olhos azuis, de fato completo e gravata rosa, pretende, como explicou o seu advogado, que a criança seja liminarmente arrancada aos braços da família que conhece (porque, além dos pais, a menina tem tios, madrinha, primos – e todos garantem que está de boa saúde e muito bem tratada) para não sofrer mais "instrumentalizações". Na leitura da sentença, disse a juíza Fernanda Ventura: "Mal do dia em que haja uma Justiça para ricos e outra para pobres". Quem serão os ricos desta triste história, que opõe um carpinteiro e um sargento? Poderíamos também dizer: "Mal do dia em que houver uma Justiça para jovens altos e louros e outra para homens baixos e morenos" – e isto não significaria nada, pois não?
Não foi esta a única afirmação estranha – por alheia à matéria de facto e ao apuramento da verdade que cabe ao Tribunal – produzida pela juíza Presidente do colectivo de Torres Novas (os outros dois juizes responsáveis pela decisão, Sílvia Peres e José Carneiro, mantiveram-se em silêncio). Ao longo do julgamento, a juíza Fernanda Ventura afirmou, por exemplo: "A gente rapta uma criança e depois é assim". Ou: "Não consigo estar dos dois lados nem tenho que estar". Também o delegado do Ministério Público afirmou, em tribunal: "A criança é o cerne deste julgamento. Nós não podemos estar toldados pelo superior interesse da criança". Sucede que a lei portuguesa afirma precisamente o contrário: que, nestas matérias, o superior interesse da criança deve prevalecer em absoluto (ou "toldar-nos", de acordo com esta Moderna Terminologia Jurídica).
Em Portugal, em 2007, condena-se a seis anos de cadeia um homem inocente, apenas por querer honrar o compromisso de protecção que estabeleceu com uma criança, no dia em que a mãe biológica lha depositou nos braços com uma declaração (reconhecida pelo notário) para adopção. A coragem, o amor e a capacidade de auto-sacrifício reveladas pelo sargento Luís Matos Gomes definem-no como um homem bom e um pai exemplar. O Tribunal que o condenou não se limitou a prestar um péssimo serviço à imagem da Justiça em Portugal: criou também um espírito de alarme contra a adopção, num país que, enquanto os pais biológicos vão ali e já vêm, tem mais de 15 mil menores institucionalizados.

economia: boas noticias pelas bandas de Abrantes II




Fonte: Jornal "O Ribatejo"


Redução de emissões no Pego em andamento
A Tejo Energia está a fazer obras de redução de emissões na Central do Pego, em Abrantes. Neste momento, o primeiro grupo de produção da central está parado para serem instalados os equipamentos que vão permitir a filtragem e redução das emissões de dióxido de enxofre, o óxido de azoto e de partículas, respeitando as normas ambientais impostas pela União Europeia. Este projecto foi iniciado no ano passado e representa um investimento de 170 milhões de euros. Trata-se de uma tecnologia inovadora que consiste na construção de dois novos catalisadores que vão ser instalados na saída das duas caldeiras da central. Com esta nova tecnologia, a Central do Pego vai poder reduzir os valores das emissões e chegar a valores em 2008 que só são exigidos pela União Europeia em 2016. Esta obra está a dar emprego a cerca de 300 pessoas nesta fase de construção e vai permitir a criação de 25 postos de trabalhos fixos depois de estar concluída. As empresas regionais estão a fornecer serviços na ordem dos 10 milhões de euros de facturação e, para além disso, este novo mecanismo vai permitir gerar um sub-produto (o gesso) que será comercializado por novas empresas que se querem instalar em Abrantes.

economia: boas noticias pelas bandas de Abrantes I

Fonte: Jornal "O MIRANTE"

Abrantes abre Via Verde para o desenvolvimento empresarial
Desburocratizar procedimentos e agilizar processos que levem ao desenvolvimento económico do concelho é o principal objectivo da Via Verde, um instrumento disponibilizado pela Câmara de Abrantes aos empresários que pretendam investir no concelho.
Os investidores que pretendem investir no concelho de Abrantes têm, desde dia 8 de Janeiro, caminho aberto para concretizar os seus intentos de forma mais célere. Nomeadamente no que diz respeito aos necessários procedimentos administrativos (como licenças) junto da autarquia local. A Via Verde, como se chama o novo instrumento, é uma espécie de via prioritária que escapa à burocracia administrativa. Porque construir um muro não é a mesma coisa que construir uma empresa ou um empreendimento hoteleiro, como disse o presidente do município, Nelson Carvalho (PS), durante a apresentação deste e de outros projectos do município, a câmara decidiu diferenciar os procedimentos.
Sob o lema “o que é diferente deve ser tratado de modo diferente”, Nelson Carvalho deu à plateia que enchia o auditório do edifício Pirâmide exemplos concretos de como funciona a Via Verde. Imagine que é um empresário e que pretende instalar uma unidade industrial no concelho. Quando inicia o processo na câmara ele é encaminhado para o gabinete de apoio ao investimento (criado também agora), que passa a fazer o acompanhamento do projecto, sinalizando-o com carácter prioritário.
“Esse pedido de licenciamento de investimento passa a estar num dossiê verde para não ser esquecido numa gaveta ou debaixo de outros documentos”, salientou o presidente do município, adiantando que a cor verde indica que o assunto é prioritário, passando o dossiê a figurar no cimo da lista de licenciamentos a analisar pela autarquia. Segue-se então a respectiva análise técnica do projecto e restantes fases do procedimento administrativo, sempre com acompanhamento do gabinete de apoio ao investidor. O objectivo final é que, em termos de instalação de empresas no concelho, os prazos administrativos sejam reduzidos em 50 por cento relativamente aos prazos considerados hoje “normais”.
Cooperar para desenvolver
Em simultâneo foi também formalmente aberto um directório empresarial on-line. O vortal empresarial do concelho disponibiliza várias informações úteis aos investidores, nomeadamente loteamentos industriais, formulários e requerimentos para candidaturas à instalação de empresas no parque industrial de Abrantes. Há ainda um formulário para empresas que Nelson Carvalho quer o mais alargado possível, solicitando aos empresários presentes que inscrevam ali a sua empresa, de modo a tornar o portal – que chamou de canal aberto de negócios - na “montra empresarial do concelho”. Os instrumentos agora disponibilizados pela Câmara de Abrantes servem, segundo o presidente do município, para “facilitar a vida” às empresas e contribuir para o aumento da competitividade do território.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Politécnico lança TV pela Internet e quer mercado publicitário





Não! Não é o de Abrantes (Escola Superior de Tecnologia), mas podia ser. E por hoje fico-me por aqui. Mas, voltarei ao assunto.


Castelo Branco, 15 Jan (Lusa) - Um novo canal regional de televisão pela Internet, a Beira TV, emitido desde a semana passada a partir do Instituto Politécnico de Castelo Branco, pretende captar publicidade para garantir receitas, anunciou hoje a instituição.
O canal pode ser visto no endereço www.beiratv.pt e inclui uma emissão contínua 24 horas por dia, em que vão circulando os diferentes trabalhos disponíveis, que podem ser vistos de forma independente.
Entre outros elementos, destacam-se na emissão o noticiário de âmbito regional, entrevistas, reportagens sobre o património local e um espaço de entretenimento onde se encontram curtas-metragens feitas por alunos da instituição.
Os conteúdos são desenvolvidos por uma equipa de produção que integra um jornalista, um operador de câmara e um editor, com meios técnicos da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), que pertence ao Instituto Politécnico, e contam com o apoio pontual de docentes e funcionários.

sábado, 13 de janeiro de 2007

e a ti, o que é que mais te preocupa?


O que mais preocupa
Não é o grito dos violentos

Nem dos corruptos
Nem dos desonestos
Nem dos sem carácter
Nem dos sem ética

O que mais preocupa
É o silêncio dos bons!

Martin Luther king

domingo, 7 de janeiro de 2007

as elites também se abatem

O detentor da Taça de Portugal, actual Campeão Nacional, foi esta tarde afastado da competição, curiosamente com a equipa que o Abrantes Futebol Clube venceu no último jogo de 2006 e que é candidato ao título da 2ª D do Campeonato Nacional: o Atlético Clube Portugal.
A derrota do Porto não ne deixa em euforia. Aliás, pouco me importa. E, reconheço-lhe mérito no avanço que leva na I Liga (sem discussão).
O que me motiva para este post é ver que no futebol as elites também se abatem. E isso deixa espaço para ainda acreditarmos que há mais vida no futebol para além das carolinas salgado, dos apitos dourados, dos josés veigas e companhias limitadas.
Nas declarações que se seguiram, transmitidas pela TSF, ouvi um treinador da equipa vencedora (cujo nome já nem me lembro) que marcou pela diferença o status quo das conferências de imprensa a que, eu e muitos milhares, estamos habituados a ouvir.
Marcou pela humildades e disse o que tinha a dizer, sem ataques ao adversários e sem o rabo preso a algum escândalo do momento.
Jesualdo Ferreira segui-lhe o rasto. De cabeça baixa, confessou-se envergonhado e pediu desculpa.
O futebol é um desporto tão bonito que, com atitudes como estas, ainda nos pode deixar uma luz ao fundo túnel. Tem de haver qualquer coisa positiva para além do nojo dos escândalos do nosso futebol.