quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Eles"


"Se contar com o jornal da Biblioteca Infantil e Juvenil de Viana do Castelo, o jornal do liceu que dava uma bronca a cada número, mais os relatos de hóquei e os directos de bobine ao ombro na Rádio Alto Minho, já sou jornalista há uns 30 anos. Foi "O Independente", à saída da faculdade, que meu deu uma carteira profissional. No jornal aprendi o que é uma notícia. No segundo andar da Redacção havia uma folha A4 colada ao vidro do aquário. Já não me lembro dos termos exactos, mas era mais ou menos: "Notícia é o que um jornalista tem boas razões para contar e alguém tem boas razões para não querer que se saiba". A frase, por mais elaborada que fosse nos termos originais, não despertava sobressaltos. Eu e os outros jornalistas trabalhávamos rodeados de jornalistas e leitores que pensavam assim. Renegar as notícias seria absurdo.Ainda hoje me lembro dessa frase sem sobressaltos mas estou cada vez mais só. Ao longo destes anos o ambiente mudou: a regra tornou-se excepção. A maioria das notícias, hoje em dia, são o que alguém quer que se saiba. Até se fazem manchetes de grandes jornais que não são novidade, não são notícia, pela simples razão de que alguém quer muito que se saiba.Esse alguém não é o povo (já quase soa estranha, este palavra) consumidor de jornais. O jornalismo institucionalizou-se. Os jornalistas arranjam empregos com os políticos, comem à mesa dos banqueiros, frequentam as mesmas lojas, realizam-se com ascensões socias estranhas à profissão. Muitos jornalistas começaram a fazer parte daquela entidade a que o povo (não tenhamos medo dela) chama "eles".
Ao mesmo tempo, os factos foram substituídos por uma sofisticada retórica de "objectividade" e "equilíbrio" - totalitária - e por um processo de intenções ao menor desvio. As notícias já não são julgadas por serem verdadeiras ou falsas, mas por serem "a favor" ou "contra". Não contem comigo para essa merda. Eu faço notícias e olho as pessoas do meu bairro nos olhos. Prefiro trocar de profissão a fazer outra coisa. Podem até obrigar-me a mudar de vida mas jamais a renegar a que tenho há 30 anos."
Carlos Enes - Jornalista

domingo, 26 de abril de 2009

"Não morde, mas rosna" - Ao que nós chegamos

"José Sócrates saíra da sala da “entrevista”, sorridente, com ar de quem passou com distinção na prova oral, e perguntou “Não foi mal, pois não?”, dobrando as folhas brancas com notas usadas nas respostas. E estava ali, a “dar sopa”, para os poucos jornalistas presentes. Uma jornalista pergunta se se pode aproximar e fazer uma pergunta. “Claro, eu não mordo”, responde Sócrates sorridente.“Não morde mas rosna. E às vezes rosna muito”, replica-lhe ela em voz alta. O primeiro-ministro fica atrapalhado, responde que não é bem assim, ainda a rir, sem saber muito bem o que fazer, mas ela insiste com o “rosnar”. Talvez pelo efeito surpresa, Sócrates nem se zangou, mas o caso cerrou alguns sobrolhos".

O pequeno “fait diver” foi publicado na edição do Jornal “Público”.
Pergunta-se: Mas é do interesse público?

14 letras para uma única palavra:
Inqualificável!

Apetece-me dizer:


Eu sou Fernanda Mendes. Se eu podia viver sem cérebro? Poder, podia, mas não era a mesma coisa.

sábado, 25 de abril de 2009

Abril de sim, Abril de não


Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito.
E ainda por fazer
(Manuel Alegre)
35 anos, 35 fotos, ver aqui

sexta-feira, 24 de abril de 2009

No dia em que Salgueiro Maia saiu à rua

Tive o prazer de conhecer Salgueiro Maia ainda em vida. Já lá vão uns anos - era eu uma jovem reporter- mas a memória não me deixa esquecer a nobreza e o exemplo de valentia. Salgueiro Maia, soldado português, comandou as forças que avançaram sobre Lisboa no 25 de Abril de 1974. Pôs fim à ditadura militar e forçou a rendição de Marcello Caetano. Foi aclamado em apoteose. Salgueiro Maia impediu uma devastação desnecessária e deu aos Portugueses um novo amanhecer. Personifica o herói dos tempos modernos. “A tranquilidade, coragem e serenidade que soube transmitir fazem com que simbolize todo aquele movimento”, como escreveu a escritora Inês Pedrosa.Foi o mais puro símbolo da coragem e generosidade dos capitães de Abril. “É a figura da Revolução”, disse um dia a escritora Alice Vieira. Salgueiro Maia, militar português, avançou sobre Lisboa em 25 de Abril de 1974. À frente de 240 homens e com dez carros de combate da Escola Prática de Cavalaria, ocupou o Terreiro do Paço, levando à fuga os ministros de um regime ditatorial que durava há quase 50 anos. Obrigou Marcello Caetano à rendição e a demitir-se.
Obrigada Capitão


Colecção da Cavalaria reunida por Salgueiro Maia exposta em Abrantes. Ver aqui

Há 35 anos


A liberdade
é um menino
de todas as cores
A liberdade
é um guarda-chuva
a apanhar sol
A liberdade
é um malmequer
a perfumar a própia sombra
A liberdade
é uma baía
onde mora a poesia
A liberdade
é uma andorinha
a desenhar uma andorinha
a liberdade
é ter asas e saber
voar com elas, através das janelas
A liberdade
é a última coisa
que se pode perder
Letra: José Jorge Letria
Foto:Vitor Valente

quinta-feira, 23 de abril de 2009

As palavras


No Dia Mundial do Livro...porque amo os livros...e as palavras:
As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

quarta-feira, 22 de abril de 2009

As redes sociais ao serviço da política


Elisa Ferreira, candidata do PS à Câmara do Porto, está a apostar nas redes sociais como o Twitter e o Facebook para se aproximar do eleitorado.
O endereço www.portoparatodos.com alberga já o site oficial da campanha da socialista. O objectivo é recolher sugestões e apoios dos portuenses através dos menus Cidadão Atento, Voluntários ou Apoiantes. Elisa Ferreira tem também «uma galeria de vídeos no Youtube ( http://www.youtube.com/portoparatodos ) e uma galeria de fotografias no Flickr ( http://www.flickr.com/photos/portoparatodos ).
Para esta semana está previsto o lançamento do perfil de Elisa Ferreira no Facebook (cuja conta tem ainda pouca actividade) e no Twitter.
Os próximos meses adivinham-se pródigos no surgimento de mais candidatos rendidos ao crescimento e potencialidades das redes sociais da Internet. A Presidência da República e Manuela Ferreira Leite, por exemplo, tem página no Twitter. Francisco Louçã e Paulo Portas, por seu turno, têm páginas no Facebook.

Rendida ao Twitter

Foram muitos os que além de acompanharem a entrevista do Primeiro-Ministro na RTP, resolveram fazê-lo também através do Twitter. Políticos, jornalistas, twitters em geral, usaram a hashtag #entPM, o que permitiu que os mais de mil twitts produzidos durante a emissão fossem facilmente acompanhados. Eu também lá estive!
Com alguma ironia, os twitters foram comentando e assinalando a entrevista ao minuto. Aqui ficam algumas «bocas»:

joaopcastro: O Sócrates nas entrevistas é como o Porto na Liga. Não tem graça, ganha sempre;

AdeAlmeida: José Sócrates está a adormecer os entrevistadores. Não tarda está a vender-lhes um Magalhães;

carlosmrodrigs: Sócrates acaba de deixar escapar um «se me dá licença pá»... Parece que o «pá» começa a ser expressão da moda! ;

filipeas: 20 minutos em cima das declarações do PR, não se fala de mais nada. Cavaco é a estrela da entrevista

terça-feira, 21 de abril de 2009

Notícia de última hora


“Indústria marroquina do cabedal desiludida com saída de Fernanda Câncio da TVI 24”

Luís Pedro Nunes, no Twitter

Soundbytes da entrevista ao PM

“Cada um tem de pedalar a sua bicicleta” disse Sócrates, na entrevista à RTP.
Confesso: nunca aprendi a pedalar.
Ando à procura de uma bicicleta, para poder fazer a minha parte.

domingo, 19 de abril de 2009

Maior carrilhão do mundo será instalado no Tramagal, Abrantes


A Fundação Internacional do Carrilhão e do Órgão (CICO) anunciou hoje a construção do "maior carrilhão itinerante do mundo e o primeiro da Península Ibérica", o 'Lusitanus', num investimento que rondará os 300 mil euros.
Composto por 63 sinos e com um peso bruto de 12 toneladas, o 'Lusitanus', que está a ser construído na Holanda, "faz parte de um objectivo que é o de fazer chegar a música dos sinos a todos os cantos de Portugal e do mundo", sendo transportado em digressão por camião.
Segundo disse o responsável, que hoje apresentou o projecto em Tramagal, sua terra natal, o objectivo imediato é "angariar mais alguns apoios e patrocínios" e "criar uma escola internacional de música, com especial destaque para o ensino do carrilhão e do orgão".
"Queremos aqui sediar a Fundação, a escola e o carrilhão itinerante, uma vez que a localidade está bem situada geograficamente, a autarquia demonstrou interesse em apoiar o projecto e também pelo entusiasmo demonstrado pelas grandes escolas mundiais de carrilhão em ver Portugal como novo centro de divulgação do carrilhão", referiu.
"Estamos preparados para fazer de Portugal a porta de entrada europeia para os cursos e mestrados de carrilhão e temos também já tudo negociado para assinar os protocolos necessários ao intercâmbio de alunos e professores de todo o mundo", afirmou Alberto Elias.
A apresentação do projecto foi conduzida por Ana Elias, que possui mestrado de carrilhão agregado ao ensino, tendo agradado aos responsáveis autárquicos por ser uma ideia "ousada, interessante e invulgar".
Mário Rui Fonseca - Agência Lusa

sábado, 18 de abril de 2009

A primeira decisão tomada no Parlamento devido ao Twitter

A decisão dos deputados à Assembleia da República de deixarem de chamar autistas aos seus pares foi a primeira decisão tomada no Parlamento português suscitada pelo Twitter.
A questão foi colocada pela mãe de um autista numa conversa através daquela chamada «ferramenta» social - onde se pode escrever 140 caracteres de cada vez que ficam imediatamente disponíveis - com o deputado Jorge Seguro a 25 de Março.
Ana Martins, 45 anos, autora de livros e textos vários sobre autismo, pediu ao parlamentar socialista se «os senhores deputados quando se estão a mimosear entre pares seria possível não se denominarem AUTISTAS».
Jorge Seguro reencaminhou o «desafio» para outros deputados que também usam o Twitter e seria Luís Carloto Marques a formalizar a proposta ao presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama, que a levaria à conferência de líderes parlamentares, onde seria aprovada por unanimidade.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Truz,truz... parte II

Com três actos eleitorais à porta, reproduzem-se mais algumas dicas com vista a uma correcta utilização da web para a difusão da mensagem. Este contributo é assinado por Paulo Querido, jornalista, homem da comunicação, pioneiro do twitter em Portugal.
  • É fundamental os candidatos comunicarem com os eleitores, tanto com os potenciais apoiantes como os potenciais inimigos. Blogs, páginas de campanha e “perfis” em redes sociais são hoje actos de campanha. Uma hora a “conversar” no Twitter pode valer mais que um almoço para 200 pessoas. E custa infinitamente menos em tempo e dinheiro.
  • Tudo isso serve para POTENCIAR e espalhar a sua mensagem DESDE QUE esteja a fazer um uso correcto, que não ofende as pessoas que por lá andam, não vai contra as sub-culturas específicas de cada serviço. Se colocou a sua agência de comunicação a, muito “profissionalmente”, despejar mensagens nesses locais, então está apenas a fomentar o desinteresse na sua mensagem e a desacreditar a sua marca.
  • Deve ou não um candidato usar a web? Depende. A web moderna é um poderoso campo para comunicar com as pessoas. Tem um potencial viral extraordinário. Mas é um meio perigoso para os políticos, em especial para os políticos, digamos, da velha guarda, que têm da comunicação uma visão vertical. Para esses, talvez seja preferível usar a web complementarmente; para outros, o risco é menor. Para os que se sentem como peixe na água a conversar com as pessoas à sua volta, que não temem a horizontalidade, então é de pensar em apostar forte, muito forte mesmo, na web. Mas nunca esperando o tipo de sucesso obtido pr Obama: Portugal tem menos percentagem da população conectada, face aos EUA.

25 de Abril no Twitter

Os momentos que marcaram a "Revolução dos Cravos" vão ser recordados e recontados minuto a minuto na Internet dia 25 num microblogue da rede social twitter.
"E se o MFA - Movimento das Forças Armadas - tivesse uma conta no Twitter, como é que eles relatavam o 25 de Abril?", disse à Lusa Paulo Jacob, técnico de informática português radicado na Irlanda há cinco anos, recordando a conversa que levou à ideia de reconstituir os passos da revolução no Twitter. Da conversa com José Felício, professor do primeiro ciclo licenciado em Filosofia e também "apaixonado pelas novas tecnologias", os dois amigos naturais do Porto decidiram recorrer ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra para reconstituir, com o máximo rigor, a cronologia da revolução. "Conseguimos uma linha de tempo bastante interessante. Ao longo de cerca de 24 horas, serão publicados dezenas de "twitts" (mensagens do Twitter), assinalando a hora e minuto que aconteceu cada evento.
O primeiro "twitt" será publicado em http://twitter.com/25Abril1974 às 22:00 de 24 de Abril, estando previsto que uma das mensagens iniciais será uma ligação à gravação do momento em que a Emissora Nacional transmitiu a canção de Paulo de Carvalho "E Depois do Adeus", o sinal combinado pelos capitães do MFA para iniciar a revolução.."No dia 26, a minha ideia é colocar o código fonte do programa e toda a cronologia" no blog http://250474.blogspot.com/ , afirmou Paulo Jacob, acrescentando que "a máquina estará ligada para repetir tudo em 2010". Para os dois amigos, ambos na casa dos 40 anos, esta iniciativa é "uma forma diferente de comemorar o 25 de Abril", contando como foi a revolução através de uma ferramenta muito utilizada pelas gerações mais novas que nasceram depois do derrube da ditadura.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Truz,truz...



Com três actos eleitorais à porta, aqui se reproduzem, à borla, algumas dicas para uma correcta utilização da web para a difusão da mensagem. Este contributo é assinado por Paulo Querido, jornalista, homem da comunicação, pioneiro do twitter em Portugal.
Também vale muito a pena manter o olho aqui, local onde se pode ir acompanhando o que diz e escreve sobre eleições.

  • Ter um site regularmente actualizado é tão ou mais importante que ter um jornal do partido com periodicidade regular. Com as vantagens de ser muito mais económico, muito mais apto a levar a mensagem a jovens, muito mais fácil de gerir e ter uma audiência potencial muito superior. Nem falo da capacidade de interacção com a audiência, falo apenas e só de um site normal, vulgar, típico, one way.
  • O “investimento” num site partidário traz frutos. Mas o site só por si não atrai leitura. É um erro lamentável, pensar na web como APENAS um veículo de distribuição de mensagens. Justifica-se ter um site apenas por ter — funciona como um cartão de visita, ou um jornal limitado. Mas é como comprar um Ferrari com o motor limitado a 1 cilindro. Cumpre a função de dizer aos outros que se teve dinheiro para comprar um Ferrari, mas não cumpre a função de tirar dele o gozo da condução — e se não se pode dar uma volta, depressa os vizinhos gozarão e adeus vantagem do standing.
  • Não é necessário um site específico para cada acto eleitoral. Não há regras aqui: estão por fazer.
  • Conquista-se eleitorado por aqui como pelos outros sítios: sendo persuasivo, constante, adequado, oferecendo sonhos, visões de uma sociedade mais justa, planos, soluções. Não é o meio, mas a mensagem, que conquista. Contudo, o meio tem de ser bem usado.Atenção: o meio *também* pode ser a mensagem, ou parte dela. Ver campanha de Barack Obama.

Em Abril, apetece-me

sexta-feira, 10 de abril de 2009

sms que não funcionam


"Quero que saiba, em primeira mão, que vou propor o Nuno Melo, o Diogo Feio e a Teresa Caeiro para as Europeias. A aposta é forte, conto consigo", refere uma mensagem de SMS, assinada por Paulo Portas, enviada aos militantes do CDS-PP, cerca das 18:00 de 4ª feira.
A mensagem foi enviada "aos 11.562 militantes que têm telemóvel", uma forma de "privilegiar os militantes e envolvê-los desde o primeiro momento na campanha". A iniciativa é inspirada no presidente norte-americano Barack Obama, que anunciou dessa forma o nome do seu candidato à vice-presidência dos EUA.

Duas horas depois:
O ex-secretário-geral do CDS-PP Martim Borges de Freitas demitia-se, do cargo de conselheiro nacional «em solidariedade» com o anterior líder Ribeiro e Castro, que não foi convidado para integrar a lista às eleições europeias.

Ocorre-me, uma vez mais, o que David Plouff veio dizer a Lisboa.
Estamos em Portugal e não temos um Obama para eleger.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O spinner de Obama II



Convidado pela empresa de comunicação “Cunha Vaz&Associados”, o mentor da campanha de Barack Obama, David Plouffe, veio esta semana a Lisboa dar uma conferência sobre os movimentos de base do século XXI. Na plateia estavam autarcas, particularmente Presidentes de Câmara. Uma conveniência em ano eleitoral.

Não sabemos que soundbytes ficaram do que disse Plouffe.
A partir do que foi possível à imprensa contar, ficam algumas dicas. E de graça!

Com Obama, o vizinho convenceu o vizinho, a campanha foi feita “de ser humano para ser humano”. Os pares sabem sempre o que dizer aos pares. E foram “os olhos e os ouvidos” daquele que viria a tornar-se o 44º Presidente dos Estados Unidos da América.

Quando alguém que nunca falou em público sobre política decide fazê-lo, as pessoas prestam mais atenção.

Uma campanha de proximidade, de vizinhança é mais eficaz do que a conferência de imprensa.

Os e-mails continham as políticas defendidas pelo candidato.

A campanha reduziu a importância dada aos média tradicionais para apostar na mensagem directa a ser reproduzida nas redes sociais. Muitos dos eleitores de Obama “não vêm notícias” e não compram jornais, procuram informação na Internet e partilham-na.

A Internet e a tecnologia podem ajudar, tendo em atenção que a “autenticidade” continua a ser a chave e que a comunicação politica muda a alta velocidade. “Quando começámos a campanha, ainda não existia o “Twitter”.

O importante é nunca abandonar a estratégia traçada, ainda que se ache que se vai perder.
imagem: associated press