segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Nós por cá...












Homens, habitantes de centros urbanos e com grande à vontade com as novas tecnologias. Este poderia ser o perfil de quem envia queixas para a rubrica "Nós por cá", segundo um estudo desenvolvido por Rui Couceiro.

No âmbito de uma tese de mestrado, este investigador da Universidade do Minho analisou a rubrica ainda inserida no noticiário principal da SIC e concluiu que 60% das reclamações eram enviadas por homens. Outra das ideias-chave resultantes desta pesquisa relaciona-se com o conteúdo das mensagens: a grande maioria dos emails (60%) refere-se a problemas de interesse colectivo e ligados à administração pública e serviços públicos.Para Rui Couceiro, há também um fenómeno de contágio: "Se o programa aborda uma questão de trânsito, naquela semana apareciam muitos 'mails' que tratavam problemas de trânsito". A análise do investigador versou 737 casos comparando o ano de 2007 "onde o material já estava filtrado" e o mês de Fevereiro de 2008 "com todo o material recebido". 90% chegaram por e-mail, "o que mostra o peso das novas tecnologias" e 60% traziam anexos, sobretudo fotografias.
O investigador não tem dúvidas em afirmar que o programa é um exemplo de jornalismo participativo: "Jornalismo, porque editado por uma jornalista profissional, vinculada a códigos éticos e deontológicos; participativo, porque funcionava com o auxílio dos cidadãos, que colaboravam, grande parte das vezes, com vista a um propósito colectivo e com recurso às novas tecnologias". Fonte: JN

Já no DN, leio que a amaragem do voo 1549 da US Airways e o conflito entre Israel e a Palestina desde o final do ano demonstraram o potencial das tecnologias sociais na antecipação noticiosa.Apesar da rapidez oficial da transportadora aérea em acalmar os interessados no voo 1549, após este ter amarado em segurança, factos e fotos já circulavam no Twitter, incluindo a sua disseminação por utilizadores portugueses (nomeadamente Alexandre Gamela, um jornalista desempregado).Os grandes meios de comunicação, como a CNN ou o New York Times, só posteriormente divulgaram a notícia. Os adeptos do jornalismo-cidadão esfregaram as mãos com a prova demonstrada de que o "cidadão" consegue estar mais próximo dos acontecimentos do que o jornalista tradicional.

Assim, qualquer dia não fazemos cá falta.

PS: No início da década de 90, em Abrantes, emergia um grupo de comunicadores, entre jornalistas e radialistas, ao qual tive a honra de pertencer. Dez anos depois, muitos trilhámos caminhos diferentes: alguns de nós estamos profissionalmente noutras àreas, pelas + diversas circunstâncias; outros, especialmente os mais jovens estão aí na pujança da actividade comunicacional; outros ainda vão partindo definitivamente, ainda na flor da idade. Silvino Nunes esta é para ti, onde quer que estejas.

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