Não é de todo novidade!
Um grupo de alunos de uma escola Sec. da Azambuja realizou uma visita de trabalho à Assembleia da República. A imagem que de lá trouxeram está descrita na edição de hoje do Jornal "O Mirante".
A saber:
“Uma tribo indígena da Amazónia é mais civilizada que alguns deputados da Assembleia da República”. O desabafo de Cristiano Cordeiro, 17 anos, aluno do 12º ano do curso tecnológico de administração da Escola Secundária de Azambuja, ilustra bem o desânimo do grupo de 20 alunos do estabelecimento de ensino que em Novembro organizou uma visita de estudo à Assembleia da República.
A ideia era assistir ao debate sobre o Orçamento para que os alunos do curso de administração e de ciências sócio-económicas pudessem reflectir sobre as problemáticas do Estado relativamente às contas públicas com o apoio das professoras de contabilidade e economia, Ana Canaverde e Carmina Azevedo. Mas a realidade com que se depararam foi bem diferente. “Ficámos bastante desiludidos com a falta de civismo relativamente ao comportamento dos ministros e deputados do Parlamento, nomeadamente no que respeita a conversas e risos entre os mesmos, jogos de telemóvel e computador, leituras de jornais e revistas de decoração e falta de cumprimento de regras e horários”, escrevem os alunos numa missiva enviada ao Presidente da Assembleia da República.
Os estudantes pedem a Jaime Gama que chame a atenção dos elementos constituintes da Assembleia da República de forma a favorecer a melhoria das próximas discussões. “Durante toda a sessão plenária o presidente da Assembleia da República limitou-se a repreender um deputado, mas por não se ter dirigido à sua pessoa nos termos formais”, relata Marília Rodrigues, uma das signatárias do documento enviado ao Parlamento sobre a visita de 8 de Novembro.
A falta de pontualidade foi um dos pormenores mais notados. O deputado Santana Lopes entrou às onze da manhã para sair ao meio-dia. “Alguns chegaram a pensar que o deputado tinha chegado directamente da discoteca”, comentam em tom de brincadeira. Nem os eleitos mais reputados, como Manuel Alegre, escaparam às críticas. “Bateu com a porta e atirou os papéis para a mesa”, salienta Vera Franco, 17 anos, aluna do 12º ano do curso de ciências sócio-económicas, que reparou que alguns deputados mostraram fotografias de família nos computadores portáteis. Em vez de ficarem concentrados na discussão do orçamento, os deputados esboçam “sorrisos” quando alguém intervém, sentam-se como se estivessem no café, mandam mensagens sms, lêem jornais e até jogam computador. “Estão tão distraídos que quando um dos deputados está no púlpito a discursar – e faz uma pausa para beber água – começam logo a bater palmas e nem se apercebem de que o discurso ainda não acabou”, continua Vera Franco, que tal como os colegas de turma se admira que os deputados assumam este tipo de comportamentos sabendo que estão a ser observados por vários estudantes.
Do orçamento de Estado pouco ou nada se falou. As expectativas dos jovens ficaram aquém, garante Orlando Pereira, 18 anos, aluno do 11º. “Esperávamos que cumprissem o seu dever. Para fazer o que fazem não era preciso tanta gente”. Os alunos ficaram indignados com o comportamento e atitudes dos deputados que esperavam que fossem exemplo de “discussão disciplinada, pontualidade e respeito pela opinião de cada um”.
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