sábado, 20 de outubro de 2007

"Foi Porreiro, pá!"


















Foi porreiro, Sr. Primeiro-Ministro. Estamos de acordo! O senhor e o seu Governo prestigiaram-nos na forma brilhante como liderou o processo do Tratado de Lisboa. Nunca duvidei da competência da nossa máquina diplomática. E, confesso, tenho tanta dificuldade em perceber a postura interpretativa sobre o assunto da outra esquerda, mais à esquerda. O PCP e o Bloco enfermam de uma certa visão europeísta. Lamentável! Parece que a Europa só lhes serve quando se trata de eleger deputados seus para o Parlamento Europeu. Se não se revêem na unidade europeia, então por favor não se apresentem a eleições. Seria uma questão de coerência.
Mas voltemos ao Tratado de Lisboa. Um Governo que tem a capacidade de liderar um processo tão delicado como este, não pode permitir que escândalos como o das listas de espera nos nossos hospitais. Isso não nos prestigia. Envergonha-nos, enquanto país da Comunidade Europeia.

Outra vez Rui Costa Pinto:

“Não há outra maneira para classificar as listas de espera na Saúde em Portugal. Fora outro o Ministério Público em Portugal e haveria ex-ministros na cadeia.”

José Rodrigues dos Santos










Estava em falta um post sobre a polémica que envolve um dos mais carismáticos jornalistas da actualidade.
Independentemente da forma como neste país se paga principesca e escandalosamente aos apresentadores de televisão (ainda pior quando se trata do serviços público, logo dos nossos impostos), o que está aqui em causa é a forma anti democrática como se tratam as pessoas que expressam opiniões, que se presume ser um direito expresso em Constituição.
Socorro-me de um belíssimo e expressivo comentário do autor do Blog http://maisactual.blogspot.com/ , Rui Costa Pinto:
“José Rodrigues dos Santos não precisa dos defensores de ocasião da Liberdade de Imprensa. Basta começar a trabalhar. Hoje, deu um exemplo de profissionalismo com uma simples pergunta: O que ganha Portugal com o novo Tratado? Curiosamente, António Vitorino, Deus Pinheiro e Esteves Martins não conseguiram responder directamente à questão. Pois, pois, então, voltemos aos Jerónimos...”

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Ele não sabe mais do que um miúdo de 10 anos








O mediatico Marcelo Rebelo de Sousa, seguia a bordo de um
avião, de Lisboa para o Porto. Ao seu lado, reparou num garoto de uns 10
anos natural de Amarante, de óculos com ar sério e compenetrado. Assim que o
avião descolou, o garoto abriu um livro, mas Marcelo Rebelo de Sousa puxou
conversa.

- Ouvi dizer que o voo parece mais curto se conversarmos com o passageiro do
lado. Gostarias de conversar comigo?

O garoto fechou calmamente o livro e respondeu:

- Talvez seja interessante. Qual o tema que o Sr. gostaria de discutir?

- Ah, que tal política? Achas que devemos reeleger o Marques Mendes ou dar
uma portunidade ao Meneses?

O garoto suspirou e replicou:

- Pode ser um bom tema, mas antes preciso de lhe fazer uma pergunta.

- Então manda! - Encorajou Marcelo Rebelo de Sousa.

- Os cavalos, as vacas e os cabritos comem a mesma coisa, certo?
Pasto,ervas, rações. Concorda?

- Sim. - Disse Marcelo Rebelo de Sousa.

- No entanto, os cabritos excrementam bolinhas, as vacas largam placas de
bosta e os cavalos grandes bolas... Qual é a razão para isto?

Marcelo Rebelo de Sousa pensou por alguns instantes, mas confessou que não
sabia a resposta...

E o garoto concluiu:

- Então como é que o senhor se sente qualificado para discutir quem deve
governar Portugal se não entende de merda nenhuma?


A caricatura é de Cesarina Silva

sábado, 13 de outubro de 2007

Homenagem da semana - Raul Durao




Foi um rosto emblemático num tempo em que os apresentadores não tinham vida curta. Agora têm.
Uma voz inconfundível. Improvisador nato. Alguns escreveram: “um homem sem idade”.
Conciliador e generoso como só os homens que são remetidos para a prateleira quando ainda têm tanto para dar, sabem ser, permanecendo e aceitando as evidencias em silêncio.
Diz quem o conheceu de perto que, num meio tradicionalmente competitivo, ele era exemplar: vibrava com o sucesso dos outros.
Que no céu Raul Durão encontre o espaço para comunicar que não lhe deram em vida.

De facto, este país não gosta de comunicadores com mais de 50 anos. Prefere loiraças jovens e enguias, nem que seja a gaguejar ou a falar de Fátima...cidade.

domingo, 7 de outubro de 2007

Parabéns ao curso de Engenharia Mecânica da ESTA









O Curso de Engenharia Mecânica da ESTA- Escola Superior de Tecnologia de Abrantes trabalha como as formiguinhas: silênciosas mas trabalhadoras. Ao contrário de outros cursos, apresenta resultados. Daqui sai conhecimento, experiência e gente capaz de vingar no mundo do trabalho.
Parabéns ao Curso de Engenharias da ESTA.
Acabei de abrir a página da ESTA. Nem uma referência a esta apresentação. Lamentavel!

"Alunos do IPT apresentam nova ferramenta de cálculo
Os alunos do curso de Engenharia Mecânica do Instituto Politécnico de Tomar vão apresentar no próximo dia 9, pelas 11h00, no auditório da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) uma ferramenta de cálculo desenvolvida pelos próprios que permite disponibilizar ao cliente final, informações úteis aquando da aquisição de painéis solares.
O projecto resulta de um protocolo estabelecido com a empresa Cobral A ferramenta de cálculo agora desenvolvida apresenta um leque de informações diversificadas, que vão desde o preço total da instalação até ao conhecimento da energia solar disponibilizada pelos colectores em qualquer zona do pais, passando pela apresentação do prazo de recuperação do capital investido, a poupança energética em termos de energia auxiliar (electricidade, gás natural, gás propano ou gasóleo de aquecimento) e, ainda, quais os benefícios ambientais da instalação.
A sessão servirá também para tornar público o resultado do concurso lançado no âmbito da parceria ESTA-IPT e a Cobral, aos alunos do 2º ano do curso de Desenvolvimento de Produtos da escola de Abrantes. O projecto teve como objectivo criar salamandras contemporâneas, adaptadas ao gosto do público jovem".

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A cadeira das memórias




Hoje, na Cadeira (agora tem um nome pomposo: Unidade Curricular) de Atelier de Comunicação, o Professor Eduardo Pinhão fez uma incursão sobre a história da Rádio em Portugal. Obrigatóriamente falou-se do 25 de Abril e das senhas que passaram na Rádio. Aliás, sem Radio não teria havido revolução, provavelmente. Aproveitou-se para se abordar o domínio do Estado Novo sobre a imprensa e o período de nacionalizações que se seguiu após 74.
Não pude deixar de sorrir com os comentários dos meus jovens (muito jovens) coleguinhas de carteira. Uma referiu-se a Oliveira Salazar como o então Presidente do Governo, "obrigando" o jovem docente da unidade curricular (profissional de rádio) a contar a história da cadeira, da qual Salazar havia caído uns anos antes. Outra só consegiu associar a revolução aos cravos.
Em resumo, eles não sabem o que foi a ditadura. Provavelmente não têm noção do valor da liberdade. Ainda cá não estavam, é certo. Mas, a revolução não deveria pertencer à memória colectiva?
De quem é a culpa?
Até onde é que vão os programas da nossa história de Portugal?
Os paizinhos não têm memória?


Nota à parte:
Yupiiii! Já consigo incluir os links nos post.
Obrigada pela ajuda ao Nuno Gil
http://nunogil.blogspot.com/
Obrigada pela ajuda ao António Almeida
http://www.preca.blogspot.com/

Não deixa de ser curioso que: quando precisamos de ajuda, os que convivem connosco no dia-a-dia estão sempre demasiadamente ocupados; os que estão "distantes" e mal nos conhecem, disponibilizam-se de imediato. Mas ainda bem!!! Fico contente e estou ao vosso dispor.

O PSD, o Capuchinho Vermelho e Mao Tse Tung





Não sou eu que o relato. É um jornal. Portanto, um órgão independente. Diz que sim.
Com a devida vénia, porque aqui nesta "rua" é obrigatório citar a fonte, ao contrário de uma certa imprensa que parece andar daltónica com essa regra de ouro do Jornalismo.

"O que é que o PSD, o Capuchinho Vermelho e Mao Tse Tung tem em comum? Quase nada, mas o presidente da Câmara de Abrantes encontrou-lhes um termo de comparação. Confrontado com um balanço social-democrata aos dois anos deste mandato, Nelson de Carvalho não teve dúvidas – “É um texto triste, parecido com as dúvidas existencialistas do Lobo do Capuchinho Vermelho vistos pelo Mao”. A plateia riu, menos a ala laranja que ficou sem resposta..."
Para ver os restantes "Cavaleiros" desta semana, ir a
www.omirante.pt

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Com todo o respeito, mas o país está mesmo doido




Por ser terça-feira, é de dia de reproduzir a crónica do João Miguel Tavares, publicada no DN.
Pela 2ª semana consecutiva, tenho de discordar do meu cronista favorito.
Por isso, deixo-lhe este recado:
Meu caro, a questão não está no Santana Lopes ou no José Mourinho. Creio que muitos de nós manteriamos o mesmo sentimento de respulsa pelo acontecido com quaiquer outros protagonistas ou perante qualquer outro assunto em debate. Sejamos claros: a SIC quando convida Santana Lopes sabe perfeitamente que as audiências sobem. Santana gosta do protagonismo mediático mas os média é que lho proporcionaram. A SIC interrompeu a entrevista, para um exterior no qual aos costumes disse nada. Fê-lo apenas para resgistar que Mourinho havia chegado e estava cansado (daaaaaaaaaaa). Todos sabemos da importância que o directo tem para as radios e televisões. Mas bolas, há limites!
Cá vai a crónica:
"E de repente, o homem é um herói nacional, porque levantou o rabo da cadeira e saiu dos estúdios da SIC antes de uma entrevista acabar. Da esquerda à direita, aplausos e aplausos e aplausos. Ao ousar rebelar-se contra a ditadura do directo televisivo, Pedro Santana Lopes transformou-se em referência moral da nação. Viva o Pedro Santana Lopes! Eu também estou quase a aplaudir. Estou quase, quase, quase, quas…, qua…, q… Mas esperem lá. Paremos para pensar um bocadinho. Aquele é o Pedro Santana Lopes. E aquela era uma entrevista sobre as directas do PSD. Ora, Santana Lopes indignar-se por ter sido interrompido por um directo idiota faz tanto sentido quanto Cicciolina ruborescer ao ouvir um piropo na rua. Aquele homem nasceu, viveu e morreu na televisão. Armar-se em virgem ofendida? Ele? Não pode.

E depois, há o contexto. A reacção pressupõe, além de uma boa dose de pedantismo, que há uma espécie de superioridade moral da política sobre o futebol. Num país normal e civilizado, eu não duvido. Mas em Portugal? Qual é a ascendência moral destas eleições no PSD - que ele vivamente comentava antes da chegada de "um treinador de futebol" -, onde se discutiu a existência de sociais-democratas na Amazónia e a possibilidade física de centenas de militantes se terem empilhado ao mesmo tempo em torno de uma caixa multibanco para pagar quotas? Aliás, qual é a linha que separa a política do futebol quando olhamos para os amigos e apoiantes de Luís Filipe Menezes? Convém recordar aos distraídos que o PSD acabou - para evidente felicidade de Santana Lopes - nas mãos de um homem que no discurso de vitória garantiu que o seu partido é "maravilhoso" e que chamou "vivacidade" a três meses de peixeirada. É isto que vale mais do que Mourinho na Portela?

Cito Santana: "Acho que o País está doido, com todo o respeito. Por isso não continuo a entrevista. O País tem de aprender." Eu sei que a memória do pessoal é curta, mas ouvir Santana dizer "o País tem de aprender", em tom professoral, sabendo nós o estado em que deixou o País, é a mesma coisa que ver um talibã a discursar sobre a qualidade da estatuária budista - não bate certo. É verdade que a SIC se portou mal e que não foi lá muito esperta ao esconder as imagens do que se passou, mas a indignação de Santana é apenas uma mistura de marketing e sobranceria. Pessoalmente, dispenso. Embora numa coisa eu esteja de acordo com toda a gente: é sempre muito mais interessante ver Santana Lopes a sair de um estúdio de televisão do que a entrar nele.|