quinta-feira, 26 de abril de 2007

a arte da leitura




Lembram-se do Paulo Sousa?

Esse mesmo! Formou-se no Benfica, jogou no Sporting, foi internacional e actualmente treina a selecção nacional de sub-16.
Veio hoje a Abrantes encontrar-se como meninos e meninas do Agrupamento escolar Abrantes Oeste, na escola da encosta da barata.
O encontro não foi para falar da bola. Paulo Sousa veio ler o livro "A menina que detestava livros".
Afável, disponível e simpático, ainda teve tempo para, de forma dictática, lhes dizer que até os jogadores de futebol têm de ler muito, especialmente os que jogam em países onde não se fala o português. Mais do que a afirmação, mais ou menos banal, foi interessante constatar que leu com gosto o livro aos meninos. Não se mostrou apressado.
Está aqui um belo exemplo. Os livros lêem-se por prazer, nunca por obrigação.
Parabéns pela iniciativa. Aos professores e ao Nuno Pedro que se empenhou (como sempre) em nos trazer o Paulo.


NOTA: Uma oportuna correcção do António Almeida – http://www.preca.blogspot.com/ – a qual agradeço. O seu a seu dono.
Quem me manda ser tendenciosa!

“ o Paulo Sousa formou-se nas escolas do Benfica, onde chegou com 15 anos, estreou-se aos 17 na equipa principal do SLB, deixando, desde logo, indicações de que seria um dos mais talentosos atletas da sua geração.depois de sete anos de águia ao peito – durante os quais coleccionou os títulos nacionais de Juvenis, Juniores (por duas vezes) e Seniores (na temporada 1990/91), além de uma Taça de Portugal (na época seguinte) –, Paulo Sousa transferiu-se para o Sporting, onde permaneceu apenas uma temporada.”

quarta-feira, 25 de abril de 2007

e para si, o que é o 25 de Abril?

O Presidente da República questionou hoje o país se "continuará a fazer sentido" manter o actual modelo "ou se será tempo de inovar" as comemorações do 25 de Abril.
A intervenção de Cavaco Silva reveste-se de toda a pertinência.
Veja-se o caso de Abrantes onde, de há uns anos a esta parte, as comemorações deste dia se resumem a uma prova de atletismo (impulsionada pela Junta de S. Vicente) e uma enfadonha Assembleia Municipal.
O bom rigor manda também escrever neste post que a Associação de Estudantes da ESTA realizou ontem à noite uma animação musical na praça do peixe, mas foi divulgada em cima da hora e em locais restritos. O Espalhafitas passou esta noite no S. Pedro uma película alusiva à data mas com divulgação deficiente.
Num tempo de subversão da memória e de branqueamento de fantasmas, o 25 de Abril não pode continuar a ser um feriado para os mais novos dormirem até ao meio-dia e os mais velhos irem passear.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

25 de Abril Sempre!


"Era uma vez um país cinzento onde nada acontecia... Ou melhor, as coisas e as pessoas aconteciam e nasciam, mas logo que acabavam de acontecer e de nascer, a cor era-lhes retirada, tudo passava a ser cinzento como nos noticiários da televisão da época. Até que um dia..."

Cartão Vermelho para a CP


Que raio de pouca vergonha é esta?
Lisboa, 23 Abr (Lusa) - "Os passageiros que apanharam esta manhã o comboio na estação de Santarém, com destino a Lisboa, viajaram 70 quilómetros em pé, acusa um dos passageiros que está a recolher assinaturas para entregar ao ministro das Obras Públicas e Transportes.
Fernando Freixo, que viaja todos os dias do Entroncamento para Lisboa, explicou à Lusa que no comboio das 07:19 "todos os passageiros que entraram em Santarém viajaram em pé e uma das pessoas chegou mesmo a desmaiar e a ser assistida pelos viajantes".
A alteração dos horários, em vigor desde domingo, veio "diminuir o número de comboios a circular o que se transformou na lotação dos lugares sentados", argumenta Fernando Freixo.
Fernando Freixo adiantou que está a circular durante esta a semana um abaixo-assinado junto dos passageiros que viajam em comboio contra as alterações da CP e pedindo para restabelecer a situação do passado recente".

sábado, 21 de abril de 2007

Dia de Sol


Não há como um dia a "abarrotar" de sol, como o que esteve hoje na fresca Abrantes.
O sol positiva-me (olha! inventei uma palavra).
O sol provoca-me! Redobra-me o Ânimo (António Colaço, onde é que tu andas homem???. O teu Blog faz-me falta).
A imagem é da edição on-line do "Expresso". As palavras são de Eugénio de Andrade:
"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,ódio, solidão e crueldade,alguns lamentos,muitas espadas.
É urgente inventar alegria,multiplicar os beijos, as searas,é urgente descobrir rosas e riose manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luzimpura, até doer.
É urgente o amor, é urgentepermanecer".

Paulo...voltassss-te (como diz o outro)


Estava escrito que ele voltaria. Agora ou mais tarde, era uma simples questão de oportunidade.
Ao contrário da generalidade dos opinion maker (até parece que pertenço à classe, ehehheeh), não acho que o homem se apresente num tempo auspicioso. Sócrates ainda está de pedra e cal. O tempo dirá se a oportunidade foi a melhor.
De qualquer forma, a governação (em especial Socrates) bem pode reforçar a máquina comunicativa. Portas é perigosamente inteligente, particularmente no poder que tão bem sabe dar às palavras.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Figura da semana - Mia Couto


Já não tenho na memória o ano.

Sei que foi na década de 90.

Em Abrantes corria o "Festival do Imaginário" - tudo o que é bom, acaba - na agenda puseram-me uma entrevista a um escritor moçambicano que iria passar no Festival. Nos últimos anos a actualidade prendia-me mais e o tempo era muito pouco para esse tipo de leitura. Repisquei uns dados sobre o autor e lá fui.

Ouvi-o absolutamente deslumbrada. A forma como falou, aliás sempre fala, da sua África, tocou-me. Silêncio profundo no auditório. O tempo parecia ter parado. Teria ficado dias a escuta-lo. Não foi possível. Mas nos anos que se seguiram não mais consegui deixar de o ler.
Lembro-me que, dos jornalistas presentes, apenas eu me aproximei para a entrevista. Ainda hoje a tenho na memória.
Que singeleza!
Que sabedoria!
Que sensibilidade!

Mia Couto foi o vencedor da XVII edição do Prémio União Latina de Literaturas Românicas, anunciado esta semana em Roma.
Mia é biólogo de dia e escreve à noite. Ficciona factos, reiventa-os, com subtil humor e fina sensibilidade. Sempre com recurso a uma ferramenta linguística designada por português, mas que pela sua pena sofre metamorfoses, ganha novos vocábulos, renova-se.
Parabéns Mia Couto... e grata pelas palavras que "devoro" sempre com prazer infinito.
Ah! e pela entrevista fantástica.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

diz que é uma espécie de nova oportunidade


novas oportunidades


Também ando na labuta das novas oportunidades, para ver se tenho direito a um canudo. Daí a falta de tempo
Não, não é em engenharias!

não sabe blogar, yeh

Queixa-se o meu blog que não o alimento. Tem razão!
Em tempos lancei uma campanha pelo dia com 48 horas.
Ninguém me deu atenção.
Perdoa-me blog por falha tão grave.

domingo, 1 de abril de 2007

A Licenciatura do Sr. Sócrates



Incompreensível! A forma como continua a ser chamado à 1ª página dos Jornais (logo o Expresso) o assunto da licenciatura de José Sócrates.
Vindo da Independente, sinceramente não me espanta que os dados sejam credíveis. Para quem conhece as histórias rocambolescas que se movem em torno de alguns cursos, não é nada que surpreenda.
Mas se o problema, que ameaça desprestigiar a imagem do ensino superior privado em Portugal, é da Instituição, o Ministério do Ensino Superior que tome conta dele, resolva-o que é para isso que lá está.
E não bastava a insistência da imprensa (essa até a consigo compreender) como até agora é o próprio PS a manifestar-se preocupado com as sequelas que podem advir de situação tão horrorenda. Será que a falta da licenciatura do Sr. Sócrates lesa a Pátria? Parece que sim.
Por mim, tou-me borrifando para isso. O homem até podia ter a 4ª classe (embora ficasse mal a quem tanto tem apregoado a necessidade de qualificação dos portugueses). A competência e a determinação não se medem por um canudo.
E, para sermos claros, só num País como o nosso é que estas questões se colocam na forma de agenda informativa e politiqueira.
E como escreveu João Marcelino, hoje no DN
“Realmente ferida ficou, mais uma vez, a titulocracia, a mania nacional de um país de doutores que ainda não aprendeu que em outros, mais cultos e com universidades mais prestigiadas, os primeiros- -ministros são Mr. Blair, quando não simplesmente Tony.
Sócrates devia mostrar - todinhos - os seus documentos académicos. Merecia, assim, o título de homem frontal. O que, diga-se, não precisa do aval de Ordem nenhuma”. Toma!